Já se vão mais de 17 meses que o cotidiano do brasileiro mudou completamente com a pandemia provocada pelo Covid-19, que impôs um ritmo diferente no dia a dia. O isolamento social forçou a permanência em casa e, consequentemente, o sedentarismo, agravado pela adoção do home office. 

Com receio da exposição à doença, muitos deixaram os treinos de lado e pararam de frequentar academias, que passaram a ficar fechadas nas várias fases de planos de contenção do novo coronavírus.

As consequências podem ser percebidas no corpo: 41% das pessoas reclamam de problemas na coluna. Antes da pandemia, esse número não passava de 18%. É o que revela uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que mostra que as dores no corpo dos brasileiros, de modo geral, aumentaram com a pandemia. 

Antes de 2020 as pessoas passavam, em média, quatro horas por dia na frente do computador, hoje são mais de oito horas, o que traz entre dores nas costas, braços, articulações e joelhos. 

O neurocirurgião e cirurgião de coluna do Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE), Dr. Matheus Lopes, diz que na pandemia está todo mundo mais estressado, ansioso e confinado e o confinamento é muito ruim para o organismo. “As pessoas acabam trabalhando no sofá ou nas cadeiras da mesa de jantar, sem ergonomia, pernas cruzadas por muito tempo, o que provoca formigamento e encurtamento dos músculos, sem o alongamento correto.”

Segundo ele, é fundamental se adequar melhor à questão da postura, adaptar os móveis, a altura do computador, apoio nas costas com almofada. “Pequenas medidas podem ajudar, assim como fazer pausas mais frequentes. A cada hora, levantar e fazer uma caminhada pela casa, beber água, ir ao banheiro, fazer o corpo se movimentar de alguma forma, vai ajudar tanto fisicamente, quanto emocionalmente”, enfatiza.

Regiões mais afetadas pelas dores do home office são:

  • Articulações, principalmente coluna vertebral, região cervical, e lombar baixa;
  • Quadris;
  • Meio das escápulas;
  • Dores miofascial, que são aquelas dores musculares, de tensão, dos músculos que ficam em uma mesma posição o tempo inteiro;
  • ​Formigamento nas pernas, que ficam cruzadas por muito tempo.

Fonte: neurocirurgião e cirurgião de coluna do Instituto de Ciências Neurológicas (ICNE), Dr. Matheus Lopes

Orientações no ponto de venda

Para aliviar as dores provocadas pelo home office, sejam elas musculares, tensionais ou nas articulações, medicamentos de uso tópico podem ser interessantes. Entre eles estão os adesivos, sprays, géis, cremes e bolsas térmicas, entre outros. 

Diante de tantas versões, a capacitação da equipe do balcão torna-se fundamental para garantir um bom atendimento. É imprescindível que o lojista e seus funcionários conheçam as diferenças entre cada apresentação para ter uma exposição adequada de cada subcategoria.

Ao trabalhar com estas categorias em farmácias e drogarias, a sócia-diretora da Mind Shopper, Alessandra Lima, diz que é fundamental criar uma área/seção dentro da loja só para elas, mais próxima do balão de atendimento, ou próxima da seção de diabetes ou fralda adulto, preferencialmente com um profissional especializado. Além disso, é imprescindível trabalhar com comunicação visual que traga algum tipo de informação educativa junto dos produtos. “Ações de cross-merchadising podem e devem ser feitas. Elas aumentam o tíquete 

médio da loja e fazem com que o shopper se lembre de comprar algum item que tenha caído no esquecimento. O objetivo é que produtos correlatos que se complementam fiquem expostos lado a lado. Exemplos: faixa e pomadas anti-inflamatórias; curativo adesivo e spray antisséptico; bolsa térmica e imobilizador.”

Sortimento ide​al

  • Entre os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs): sprays, loção ou gel e analgésicos (que podem ficar no autosserviço). Já os anti-inflamatórios e relaxantes musculares de prescrição devem permanecer atrás do balcão.
  • ​Bolsas térmicas; 
  • ​Adesivos com substâncias inflamatórias e analgésicas;
  • Talas, ataduras, faixas e curativos;
  • ​Itens de mobilidade como: bengalas e muletas; confort care como almofadas anatômicas e travesseiros; acessórios ortopédicos como, por exemplo, palmilhas e colar cervical; de estética, que seriam malhas de proteção a queimados e modeladores; de esporte e lazer como bolas para exercício e faixas elásticas; até soluções para compressão que envolvem meias-calças, produtos antitrombose etc.

Fonte: sócia-diretora da Mind Shopper, Alessandra Lima

Queixas oculares

A exposição intensa às telas de computadores, tablets e celulares, fez com as queixas de dores oculares também fossem registradas durante a pandemia, como coceira, visão embaçada, dores de cabeça e fadiga ocular. Mais de um terço (38%) dos que responderam a uma pesquisa realizada pela instituição britânica Fight for Sight afirmaram que sua visão piorou desde o início da pandemia. Outro estudo estima esse percentual em 22%.

Para manter os olhos sempre lubrificados e evitar o ressecamento, colírios isentos de prescrição, com ação lubrificante podem ser administrados. Em farmácias e drogarias, a orientação pode e deve ser voltada a isso, para que os pacientes observem os sinais da Síndrome do Olho Seco, como vermelhidão, coceira e sensação de areia nos olhos.